Hyrule Warriors: Age of Imprisonment chega ao Nintendo Switch 2 com a proposta de explorar mais a fundo um dos períodos mais misteriosos da linha do tempo de Zelda: a Guerra do Aprisionamento. O novo jogo busca oferecer não só combates épicos, mas também esclarecer pontos que ficaram sem resposta em Tears of the Kingdom, mesclando a ação intensa dos jogos Warriors com a profunda mitologia da série The Legend of Zelda.
Como resultado, temos um jogo que se comunica diretamente com os fãs mais apaixonados da franquia, proporcionando uma experiência que combina uma narrativa envolvente, combate intenso, dispositivos Zonai e uma qualidade audiovisual de alto padrão.
Porém, a pergunta que não quer calar é: vale a pena? Essa nova adição supera Age of Calamity e roda bem no Switch 2?
Vamos analisar tudo.
História
A narrativa de Age of Imprisonment se passa em um passado distante, durante um conflito que muitos fãs de Zelda somente vislumbraram: a Guerra do Aprisionamento. A protagonista é a princesa Zelda, que se vê transportada para esta era ancestral. Lá, ela se une ao rei Rauru, à rainha Sônia e a outros sábios para enfrentar a ascensão ameaçadora de Ganondorf, que busca tomar o poder em Hyrule.
Diferente de muitos spin-offs, este jogo tem papel canônico e acrescenta camadas importantes à lore de Tears of the Kingdom , revelando como alianças antigas foram formadas, quais poderes ancestrais emergiram e como a tecnologia Zonai desempenhou papel na guerra. Mesmo assim, alguns críticos observam que nem todos os personagens recebem o desenvolvimento que merecem; por exemplo, certos sábios têm papéis relativamente mais leves, o que pode decepcionar quem busca profundidade em cada figura histórica.
O jogo mostra:
- A ascensão de Ganondorf e a origem de seu poder sombrio.
- O papel de Zelda nessa era perdida e sua relação com os Sábios.
- A formação das primeiras estruturas de Hyrule.
- Conexões diretas com elementos Zonai, memórias e eventos vistos em Tears of the Kingdom.
A história é contada por cutscenes marcantes, missões temáticas e muito diálogo entre os personagens principais. Apesar de algumas críticas ao pouco desenvolvimento de certos antagonistas, a narrativa é rica, completa e essencial para quem acompanha a cronologia de Zelda.
Para os fãs, é simplesmente imperdível.
Gameplay
A jogabilidade segue a fórmula tradicional de Warriors: você enfrenta enxames de inimigos, encadeia combos, derruba chefes e explora campos de batalha amplos. Contudo, Age of Imprisonment adiciona mecânicas novas que tornam a experiência mais estratégica e diversa.
Uma das inovações mais notáveis é o uso de dispositivos Zonai, artefatos antigos com efeitos elementais, como Chamas, Água, Tempo e outros que podem ser combinados com o estilo de combate dos heróis para criar ataques poderosos e devastadores. Além disso, há os Sync Strikes, golpes combinados entre dois personagens, que variam conforme a dupla usada, incentivando a experimentar diferentes formações para maximizar o dano ou causar efeitos especiais.
A movimentação também ganhou um toque de verticalidade: em determinados níveis é possível voar com o “Mysterious Construct”, recolher dispositivos Zonai pelo caminho e atacar do ar. Fora das batalhas, a progressão envolve coletar recursos derrotando inimigos ou abrindo baús, que servem para reforjar armas, aprimorar habilidades e desbloquear novas missões, dando uma motivação constante para continuar jogando.
Para aumentar ainda mais a profundidade, há um ciclo de construção de poder: administrar a bateria dos dispositivos Zonai exige planejamento, já que seu uso frequente pode deixar vulneráveis em combate. Também é possível conseguir vantagens extras no campo de batalha ao otimizar os recursos coletados, como regenerar ataques especiais mais rapidamente ou acelerar a progressão da EXP.
Multiplayer
O modo cooperativo de Age of Imprisonment permite que dois jogadores joguem juntos, seja na mesma tela (split-screen) ou via GameShare, usando dois consoles mas apenas uma cópia do jogo. Apesar de ser uma adição bem-vinda para quem curte jogar com amigos, esse modo sofre limitações técnicas. No co-op a taxa de quadros cai para 30 FPS, prejudicando a fluidez em combates mais intensos. Já no modo solo, o jogo mira nos 60 FPS, embora haja quedas pontuais durante momentos mais exigentes.
O multiplayer é divertido, mas está longe de perfeito e em algumas situações mais atrapalha do que ajuda.
Se performance é importante para você, o ideal é jogar solo.
Áudio e Visual
Visualmente, o jogo tira proveito do hardware do Switch 2 para entregar melhorias perceptíveis em relação a títulos anteriores. Com a resolução variando entre 720p e 900p quando na TV, e entre 468p e 648p no modo portátil. Apesar disso, o motor gráfico consegue sustentar muitos efeitos simultâneos e dezenas de inimigos na tela sem comprometer completamente o desempenho.
As cutscenes são, em sua maioria, vídeos pré-renderizados e rodam a 30 FPS, com artefatos visuais perceptíveis, tirando um pouco da imersão durante as sequências narrativas.
No quesito áudio, a trilha sonora equilibra nostalgia e novidade, combinando temas clássicos de Zelda com composições novas que acentuam a grandiosidade das batalhas. Os efeitos sonoros durante os combates, principalmente quando dispositivos Zonai são usados, criam uma sensação de poder e tática que casa bem com a proposta do jogo.
Veredito
Hyrule Warriors: Age of Imprisonment é, sem dúvida, um dos melhores jogos da franquia Warriors já lançados e um dos spin-offs mais significativos da série Zelda. Ele apresenta um enredo envolvente, lutas emocionantes e um cenário que respeita e amplia a mitologia estabelecida em Breath of the Wild e Tears of the Kingdom.
Para os fãs de Zelda, é imprescindível.
Para os fãs de musou, é uma ótima opção.
Para aqueles que buscam apenas inovação… talvez não seja o jogo mais adequado.
Porém, no conjunto?
O resultado é viciado, grandioso, e cheio de caráter.
Um destaque no catálogo do Switch 2.
Pontos positivos
História essencial para fãs de Tears of the Kingdom.
Trilha sonora impecável.
Alto valor narrativo para quem acompanha a lore de Zelda.
Pontos negativos
Multijogador com problemas sérios de desempenho.
Repetição típica do gênero musou.
Alguns personagens mereciam mais desenvolvimento.
Hyrule Warriors: Age of Imprisonment : Hyrule Warriors: Age of Imprisonment entrega uma história essencial ligada a Tears of the Kingdom, com combates dinâmicos, muitos personagens e ótima apresentação audiovisual. Apesar do multiplayer sofrer com desempenho, a campanha solo brilha e faz deste o melhor Warriors de Zelda até agora. – Eduardo Andrade