Passados oito anos de seu anúncio, com uma pandemia no meio, novos consoles no mercado, edições relançadas de seus antecedentes e uma expectativa que só aumentava entre os fãs da Série Metroid Prime e de toda a mídia especializada, eis que prestes a acabar o ano de 2025, Samus Aran enfim retorna num formato que redefiniu a franquia e trouxe para Nintendo um estilo de jogo em primeira pessoa para chamar de seu.
Metroid Prime 4 foi anunciado em 2017 com o desenvolvimento a cargo da Bandai Namco, porém teve seu desenvolvimento reiniciado em 2019 voltando ao estudio que deu inícia a franquia Prime, a Retro Studios e hoje está disponível tanto para o Nintendo Switch Original, quanto para seu sucessor o Switch 2.
Será que todo esse tempo ajudou o jogo a alcançar a excelência ou todo esse tempo de espera trouxe decepção como muitos casos (Olá Duke Nukem Forever, olá Starfield). Vamos conferir aqui!
História e Ambientação
Metroid Prime Beyond se passa no misterioso planeta Viewros, um lugar misterioso onde nossa heroína vai parar após um confronto com o caçador de recompensas Sylux.
Em Viewros ela é apresentada a uma civilização antiga e através de habilidades psíquicas ligadas a essa civilização que são passadas a Samus, nossa heroína de poucas palavras acaba tendo informações e desvendando segredos no intuito de conseguir retornar para casa.
Embora sua nave tenha sido danificada, Samus consegue explorar todo o vasto mundo com sua motocicleta Vi-O-La que conquista nas primeiras horas da história.
Durante toda a aventura, Samus encontra seres conhecidos e outros tantos novos, alguns amigáveis e outros nenhum pouco, numa jornada de exploração e isolamento em lugares desérticos, gelados, em meio a florestas e tempestades.
Jogabilidade
Metroid Prime 4, apesar de uma história nova para a série, não é estranha para quem já jogou os primeiros jogos e mesmo não sendo um gênero muito comum dentro dos consoles da Nintendo, fica perceptível a filosofia da Big N em fazer com que todos possam e queiram jogar seus jogos. Então, por mais que vemos esse tipo de jogo dentro de um nicho, percebe-se o cuidado em conquistar uma audiência maior.
Pensando assim, o jogo tem uma curva de aprendizagem razoável para aqueles que não tem costume em jogos do tipo, além de ser possível habilitar tutoriais para quem não tem familiaridade nenhuma com a franquia.
Iniciando a jornada, Samus começa praticamente sem nenhuma habilidade extraordinária, tendo que passar por desafios e momentos da história pra ir conquistando e aprendendo coisas nova, dando ao jogador tempo de aprendizagem.
Ainda é preciso ressaltar que por mais que seja um jogo em primeira pessoa, sua principal característica é a exploração, então combates frenéticos não são comuns, embora muitas ameaças surjam no decorrer da história.
Há também como optar por uma experiência mais fácil, com dificuldade “normal” ou ainda algo mais insano a depender da habilidade e experiência do jogador.
Ajuda muito o jogo estar com todo seu texto traduzido para nosso idioma, com menus e legendas na nossa língua, entender as ações e objetivos acabam tornando a experiência muito mais agradável.
Outro ponto em que a Nintendo e a Retro Studios foi muito eficaz, está nas várias possibilidades de controles, seja configurando as ações nos botões, seja utilizando a mira por direcional ou por movimento o jogo dá essa liberdade de escolha ao jogador.
Menção especial para a versão do Switch 2, além de controles convencionais e mira por movimento, a função mouse dos novos controles faz a experiência ficar próxima do que vamos nos jogos de tiro jogados em PCs, com a diferença que o controle é muito bem feito pra esse propósito, funcionando no braço do sofá, em cima da sua perna, ou numa base maciça, não tem tempo ruim, a resposta dos comandos é rápida e eficaz.
Gráficos, Sons e Desempenho
Falar em Gráficos e Desempenho em consoles Nintendo é sempre polêmico, muita gente olha o que existe fora para criticar o que é feito para os consoles pensados pela Big N e Metroid Prime então, é um prato cheio, pois desde seu primeiro jogo, sempre se mostrou um jogo muito bonito, com uma temática espacial que também contribui para demonstrar gráficos exuberantes.
Pois bem, vamos analisar primeiro a parte sonora, trilha e efeitos de sons e na verdade aqui não cabe muito o que falar além do que sempre vemos em jogos da Nintendo. Trilha caprichada, sons e efeitos que trazem imersão. Dificilmente a Nintendo erra nesse quesito, e com Metroid Prime Beyond não foi diferente.
Por outro lado, quando analisamos gráficos e desempenho, temos que levar em conta que o jogo foi inicialmente pensado para o primeiro Switch e todas suas limitações, e nessa versão o jogo fez o que pode, mas realmente não pode muito quando comparado a sua versão pra Switch 2.
No Switch 2, e nada de comparar com PCs de ponta e consoles em versões Pro, o jogo apresenta visuais mais detalhados, limpos e vivos, sendo um jogo muito bonito para um console com meses de lançamento e que por ser híbrido e compacto não vai ter o mesmo poder de processamento de outras máquinas do mercado.
Além de bonito, o jogo flui de maneira satisfatória na grande maioria das vezes, sem grandes engasgos ou perda de qualidade, mas de qualquer forma, o jogador pode na versão Switch 2, optar pelo modo Qualidade (4K/60fps no dock, 1080p/60fps portátil) e modo Desempenho (1080p/120fps no dock, 720p/120fps portátil) tendo os dois modos visuais com HDR, coisas que jamais pensaríamos num console Nintendo até ano passado, para o bem e para o mal.
Conclusão
Metroid Prime 4: Beyond tem suas contradições e isso acabou atrapalhando seu lançamento. Se você não é super fã da franquia Prime e der uma chance ao jogo, provavelmente vai gostar muito do jogo, mas se você esperava por algo no mesmo nível dos seus antecessores e esperou oito anos pra esse encontro, deve se decepcionar pelo menos um pouquinho.
Se você optar pela versão do Switch 1, provavelmente vai andar num deserto com sua Vi-O-La apreciando gráficos a la Pokémon Scarlet/Violet e terá a sensação de estar jogando um jogo um pouco datado, mas se você jogar a versão para o Switch 2 entendendo a proposta do console, vai ter uma experiência agradável e diferente dentro dos demais jogos da Nintendo e ainda, com aquele plus do controle em modo mouse e gráficos 4k.
Se você for jogar esperando um shooter em primeira pessoa frenético e sem tempo de respirar, talvez esse não seja seu jogo, mas se você quiser uma experiência intimista, com um sentimento de isolamento, enfrentando criaturas alieníginas e querendo explorar por cada canto de cenários bem construídos, esse jogo vai te tomar horas.
Resumindo, se você parar de ler muitas bobagens ditas por haters, muitos que sequer jogaram o jogo de fato, e se aventurar por esse planeta desconhecido, descobrindo os segredos dos Lamornianos e apreciando tudo o que o jogo te oferece, sem comparar com os outros jogos da franquia, sem comparar seus gráficos com um PC no ultra você vai ver que Metroid Prime Beyond pode ser o jogo para você se divertir se neste final de 2025.
Metroid Prime 4: Beyond é um bom jogo que sofre ao carregar o peso do nome Metroid Prime.
E fica o recado: se puder opte pela versão feita pra o Nintendo Switch 2.
Metroid Prime 4: Beyond: Um jogo esperado por muitos que paga seu preço por ter que honrar o nome Metroid Prime, mas que diverte, distrai e pode te ocupar por horas. – Thiago