Análise | Paper Mario: The Thousand-Year Door

Anunciado em Setembro de 2023, o aclamado jogo da série Paper Mario lançado em 2004 para o Nintendo GameCube, “Paper Mario: The Thousand-Year Door” volta vinte anos depois para o Nintendo Switch com muitas melhorias e algumas novidades para agradar os saudosistas e também conquistar um novo público.

The Thousand-Year Door é a segunda entrada na série Paper Mario e foi desenvolvido pela Intelligent Systems e publicado pela Nintendo.

Este RPG combina elementos clássicos do gênero com um estilo visual único e um humor característico, proporcionando uma experiência memorável e envolvente para os jogadores.

Apesar de vários títulos da série tendo saído ao longo dos últimos anos, The Thousand-Year Door ainda é considerado por muitos fãs e críticos como o melhor feito até hoje. Venha conferir o que achamos do jogo!

Trailer de Lançamento

História e Ambientação

A história de Paper Mario: The Thousand-Year Door começa quando Peach, numa viagem solitária a cidade portuária de Rogueport, consegue um mapa mágico com um suposto tesouro e resolve enviar uma carta para convidar Mario para ajudá-la na missão.

No entanto, ao chegar em Rogueport, Mario descobre que Peach foi sequestrada por uma organização misteriosa chamada X-Nauts. A partir daí, Mario embarca em uma aventura para resgatar Peach (como quase sempre acontece) e desvendar os segredos do Portão Milenar.

Diferente dos jogos de ação e plataforma do encanador, salvar Peach se dá por uma narrativa rica em detalhes e repleta de personagens cativantes, cada um com suas próprias histórias e personalidades, muitos diálogos e elementos típicos dos RPGs.

A ambientação de Rogueport e seus arredores é diversificada, incluindo locais como uma ilha tropical, uma floresta assombrada e uma cidade subterrânea, cada uma com seus próprios desafios e segredos.

Jogabilidade

A jogabilidade de Paper Mario: The Thousand-Year Door é uma fusão de elementos de RPG tradicionais com mecânicas únicas. O combate é baseado em turnos, mas com uma grande ênfase em comandos de ação.

Isso significa que os jogadores precisam executar ações específicas no momento certo para maximizar o dano ou defender-se dos ataques inimigos o que difere de certa forma dos jogos por turno mais tradicionais.

Seguindo a Filosofia da Nintendo em adaptar seus jogos para o máximo de público possível, algumas das novidades deste meio remake, meio remaster é justamente deixar o jogo mais acessível, contando agora com um sistema de dicas que pode ser acessado a qualquer momento através da personagem Goombella que dará instruções e direcionamento caso o jogador não tenha percebido o que deve ser feito.

batalhas acontecem sempre na presença de uma plateia.

Mario vai encontrando aliados conforme avança na história e que se tornam aliados nas batalhas, cada um com suas habilidades o que traz diversidade na estratégia de batalha.

Uma das melhorias da versão do Switch é justamente a possibilidade de trocar de aliado por um menu de seleção rápida que ajuda muito na escolha de seus aliados, sem a necessidade de ficar pausando o jogo para fazer essa troca.

Como todo bom RPG, The Thousand-Year Door tem seu sistema de habilidades (que consomem Star Points que Mario vai ganhando durante a jogatina e poderes que vão sendo adicionados conforme vai se conquistando as Crystal Stars presentes no jogo.

Outro fator que influencia nas batalhas é a presença da plateia, pois sim, todas as batalhas acontecem num palco como de um teatro e durante essa luta, personagens aparecem para apreciá-las no melhor estilo MMA, sendo muito importante conseguir divertir essa turma para que seus movimentos sejam mais eficientes, mas também podem aparecer espectadores que não querem apenas se divertirem, mas prejudicar o Mario de papel. Isso causa algumas reviravoltas nas batalhas que ficam muito legais.

Além das batalhas, o jogo apresenta uma variedade de quebra-cabeças e desafios de plataforma. Além das batalhas, Mario pode usar diferentes parceiros, cada um com suas habilidades únicas, para superar obstáculos e progredir na história. O sistema de badges permite personalizar as habilidades de Mario, adicionando uma camada extra de estratégia ao jogo.

menu com informações diversas, como habilidades, status e badges

O que mais incomoda no jogo como brasileiro é mais uma vez o fato do jogo não estar localizado com legendas no nosso idioma, afinal é um jogo totalmente focado na narrativa e se a tal filosofia da empresa é abraçar cada vez mais uma audiência maior, Paper Mario TTYD ficará limitado a quem entende o inglês ou tenha a paciência de ficar apontando o tradutor do celular para a tela do jogo a todo momento.

Gráficos, Sons e Desempenho

Visualmente, Paper Mario: The Thousand-Year Door é notável por seu estilo artístico distinto, que combina gráficos 2D e 3D para criar um mundo que parece feito de papel. Este estilo não só é visualmente atraente, mas também é utilizado de maneira criativa na jogabilidade, com Mario podendo dobrar-se, virar-se de lado e usar o ambiente de maneiras inovadoras.

Os jogos da série Paper tem ficado cada vez mais bonitos conforme a capacidade dos consoles vem aumentando a cada nova geração, então apesar de já ser muito bonito lá em 2004, no Switch o visual brilha com tudo muito vivo e cativante.

Os cenários ganham sombras, mais cores e contrastes que deixa tudo muito bonito e orgânico fazendo o choque do cenário 3D com os personagens de papel em 2D algo bem mais impactante.

A trilha sonora foi toda refeita inclusive com novos arranjos e é outro ponto alto da versão Switch, com músicas que variam de temas animados a melodias mais sombrias, sempre complementando perfeitamente o cenário e a ação em tela.

Os efeitos sonoros são igualmente bem executados, contribuindo para a imersão no mundo do jogo. Já o pessoal saudosista ou curiosos, existe um Badge que permite o uso das músicas originais da primeira versão.

Trilha sonora é um dos pontos altos do jogo, mas sua versão original também está disponível.

Em termos de desempenho, o jogo roda de maneira suave no GameCube, com poucos problemas técnicos ou quedas de frame rate, garantindo uma experiência de jogo fluida e agradável.

Se vinte anos atrás o jogo rodava a 60 fps quando nem se falava muito nisso, The Thousand-Year Door de 2024 roda a 30 fps, porém sem qualquer perda de qualidade e que talvez tenha sido feito pelos vários novos elementos dos cenários. Nada que venha a incomodar, pois uma das qualidades da Nintendo é quase em sua totalidade deixar os jogos correndo de maneira fluída.

Remake ou Remaster?

Apesar de ser vendido como um remake do clássico do Game Cube, o jogo não chega a ser um remake total, ficando entre entre os dois termos, afinal a história está intacta, as melhorias não afetam a história em si e as adições não mudam o jogo.

Já os gráficos, menus, e trilha foram retrabalhados deixando o jogo bonito e atual. The Thousand-Year Door se apegou nas melhorias como algumas citadas abaixo:

  • Visual Widescreen em Full HD;
  • Trilha sonora reorquestrada e com novos arranjos;
  • Sistema de dicas e treinos;
  • Reorganização de alguns elementos na tela e menus;
  • Canos pelo cenário para que os trajetos sejam refeitos de maneira mais curta diminuindo um tempo que era gasto sem necessidades;
  • Adição de personagens, bosses, badges, menus e galerias.
Gráficos mais ricos e vibrantes são uma das melhorias do jogo.

Veredito

Paper Mario: The Thousand-Year Door foi um exemplo brilhante de como inovar dentro do gênero de RPG quando foi lançado. Apesar de ser o segundo da Série Paper, é tido por muitos como o melhor já feito.

Com uma história envolvente, personagens memoráveis, jogabilidade divertida e criativa, além de um estilo visual inusitado que conquistou os fãs, o jogo se destaca como aqueles clássicos atemporais que envelheceram como um bom vinho e um título essencial para qualquer fã de RPGs.

Ele não só honra o legado de Mario, mas também oferece uma experiência única e encantadora que agora pode ser revivida com ares mais modernos.

Talvez para nós brasileiros, a única ressalva é mais uma vez a falta de legendas em português do Brasil, até porque a Nintendo mostrou que sabe adaptar bem seus jogos para nosso idioma quando ela o faz.

Paper Mario: The Thousand-Year Door, sem desmerecer os outros jogos das série que também são muito bons, mas que acabaram falhando numa coisa ou outra, é o Jogo a ser batido, a referência quando se fala de Paper Mario. Pra quem consegue contornar o problema do idioma, são aproximadamente 30 horas de muita diversão numa aventura de estilo único e encantador.

Paper Mario: The Thousand-Year Door já está disponível para o Nintendo Switch em midia física ou de forma digital na loja da Nintendo.
Cópia gentilmente cedida pela Nintendo.

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