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Análise Pokémon Legends Z-A

O futuro da franquia começa em Lumiose City

by Eduardo Andrade
8 minutes read

Confesso que nunca fiquei tão dividido com um anúncio da série Pokémon. Cada novo trailer de Pokémon Legends Z-A me deixava com o pé atrás. Um jogo inteiro passado em uma única cidade? Combates em tempo real? E sem ginásios espalhados por uma região? Tudo soava muito distante do que eu sempre amei desde Pokémon Blue, lá nos anos 90.

Mesmo assim, a curiosidade venceu o ceticismo e, depois de mais de 100 horas de jogo, posso dizer que Pokémon Legends Z-A não só me surpreendeu, como me fez redescobrir o prazer de explorar o mundo Pokémon de uma forma completamente nova.

História

A aventura começa com o protagonista chegando de trem à famosa Lumiose City, o coração de Kalos. Sem passado e sem destino certo, nosso personagem chega à cidade em busca de uma nova vida, mas é rapidamente envolvido em um mistério: Pokémon estão megaevoluindo por conta própria, tornando-se versões descontroladas conhecidas como Rogue Megas.

Logo conhecemos nosso rival, escolhemos um dos três Pokémon iniciais e descobrimos que AZ, o personagem lendário de Pokémon X & Y, agora é o enigmático dono de um hotel local. Ele, a cidade e os fenômenos estranhos estão todos conectados.

Enquanto tentamos acalmar os Pokémon descontrolados, nos envolvemos em uma rotina cheia de atividades: ajudar moradores com pequenas missões, investigar casos ao lado de uma detetive e participar das Rinhas Noturnas, batalhas ranqueadas que acontecem todas as noites.

A história se desenrola lentamente, convidando o jogador a explorar cada esquina da cidade. Lumiose é viva, cheia de detalhes, com personagens que realmente parecem fazer parte de um ecossistema urbano. A sensação é de estar dentro de um “slice of life” misturado com um RPG de ação.

Gameplay

Foi aqui que Z-A realmente me conquistou. A transição para o sistema de combate em tempo real me assustou no início parecia mais Xenoblade do que Pokémon. Mas bastou a primeira noite nas Rinhas Noturnas para entender: essa é uma das melhores ideias que a Game Freak teve em anos.

Os combates acontecem com fluidez, exigindo movimentação constante, esquivas e ataques estratégicos. A barra de megaevolução adiciona camadas táticas. Usar o poder máximo na hora certa é a diferença entre vitória e derrota.

Outro ponto que me agradou é a possibilidade de emboscar inimigos e iniciar batalhas com vantagem, um elemento de furtividade leve que deixa o jogo mais dinâmico. Mesmo fora das lutas, explorar Lumiose é divertido. Há lojas, cafés, becos escondidos e NPCs que contam histórias curtas e engraçadas.

O ciclo de dia e noite influencia diretamente as atividades: de dia, a cidade é calma, com missões e comércio; à noite, o clima muda, a música desacelera e os torneios urbanos dominam o cenário.

Nem tudo é perfeito: o tutorial é longo demais, o começo é lento e algumas ações se confundem (como capturar e atacar com o mesmo botão). Ainda assim, quando tudo engrena, é simplesmente viciante. Faz tempo que um jogo de Pokémon não me prende tanto.

Áudio e Visual

A trilha sonora é um espetáculo à parte. Cada distrito da cidade tem sua identidade musical, com instrumentos e temas diferentes. O retorno do som clássico de quando aparece um Shiny me arrancou um sorriso, e o tema da personagem Jacinthe é uma das melhores músicas da franquia. Não foram poucas as vezes que fiquei parado só ouvindo antes de batalhar.

Visualmente, Pokémon Legends Z-A não é o salto gráfico que muitos esperavam. As texturas ainda são simples e alguns ambientes se repetem. Mas a direção de arte compensa tudo: Lumiose City é linda, viva e pulsante. O design dos personagens humanos é excelente, e cada roupa ou expressão transmite personalidade. A cidade muda ao longo do dia, com iluminação dinâmica e clima que reforçam a imersão.

Veredito

Pokémon Legends Z-A é uma mistura ousada de tradição e renovação. Ele pega tudo o que conhecemos da franquia e coloca sob uma nova lente mais madura, mais urbana e, principalmente, mais divertida de jogar.

Sim, há problemas: a Pokédex é pequena, o tutorial é cansativo e os gráficos não impressionam. Mas, apesar disso, o jogo é tão divertido que esses defeitos se tornam detalhes diante da experiência geral.

Pela primeira vez em muito tempo, não joguei Pokémon apenas para “zerar”. Joguei para viver aquele mundo. Completei missões, capturei Shinies, megaevoluí todos que pude e ainda voltei para batalhar mais. Lumiose City se tornou um lugar que eu realmente queria visitar todo dia.

Mesmo com todas as mudanças, Pokémon Legends Z-A ainda tem alma de Pokémon, só que agora, com um toque de coragem e modernidade que a série precisava há anos. É um jogo que marca uma nova fase e mostra que, sim, a franquia ainda tem muito a evoluir.

E agora, se me dão licença, vou voltar para a Zona 17 tentar ganhar mais uma Rinha Noturna… ou perder feio, como sempre.

Pontos Positivos 

  • Jogabilidade em tempo real empolgante e viciante
  • Trilha sonora excelente, com destaque para Jacinthe e o retorno do som dos Shinies
  • História mais madura e urbana, com personagens bem escritos
  • Personagens humanos carismáticos e bem modelados

Pontos Negativos

  • Tutorial inicial muito longo e ritmo lento
  • Pokédex limitada a cerca de 230 Pokémon
  • Ausência de um vilão marcante e conflitos mais grandiosos

Pokémon Legends Z-A : Pokémon Legends Z-A surpreende ao reinventar a fórmula da franquia. Ambientado inteiramente em Lumiose City, o jogo mistura ação em tempo real, investigação e batalhas noturnas em uma experiência viciante e cheia de estilo. Apesar do início lento, gráficos simples e uma Pokédex limitada, o novo sistema de combate e a atmosfera urbana fazem dele um dos títulos mais envolventes da série em anos. Uma aventura que mostra que Pokémon ainda sabe evoluir. Eduardo Andrade

9.5
von 10
2025-11-04T17:10:53-0300

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